sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Menino queimado após discutir com a mãe continua internado em UTI


Menino de 10 anos sofreu queimaduras após discutir com a mãe  (Foto: Divulgação / Polícia)
O menino de 10 anos de idade que teria sido queimado pela mãe dentro de casa, na Zona Leste de São Paulo, na madrugada de terça-feira (22), continuava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Tatuapé nesta sexta (25). Ele teve queimaduras de queimaduras de segundo e terceiro graus em 27% do corpo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Não há previsão de alta médica para o paciente, que ainda corre risco de morte. Ele teve ferimentos no rosto, tórax, barriga, mãos, braços e pernas. Foto obtida pelo G1mostra como o menino ficou (veja imagem acima). Ele aparece num quarto de hospital com o corpo enfaixado do pescoço para baixo. A imagem, que mostra as ataduras, está no inquérito da Polícia Civil que apura o caso. Ela teria sido tirada pela Polícia Militar.
A mãe do garoto, a desenhista Sandra Gomes Bacelar, de 35, foi transferida nesta semana da Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte, para uma unidade prisional em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde está presa por suspeita de ter queimado o próprio filho. Ela foi indiciada por tortura e tentativa de homicídio. Em entrevista ao G1, na terça, ela alegou inocência e negou o crime. “Foi acidente doméstico”, havia dito.

O caso Mãe suspeita
Contra Sandra Bacelar pesam os depoimentos de policiais militares que atenderam a ocorrência após receberem uma denúncia de uma vizinha de que a mulher e o marido, padrasto do garoto, estavam brigando na madrugada de terça. Além disso, também há informações obtidas com uma conselheira tutelar e enfermeiras que atenderam a vítima. Todos afirmaram à polícia que o aluno relatou ter sido agredido e queimado pela própria mãe. Os motivos seriam o fato de ele se recusar a desligar a televisão e ter rasgado um sofá.

“Segundo as testemunhas, o menino disse que a mãe teria dado-lhe uma surra e ateado fogo, logo após jogar álcool em seu corpo, trancando-o no banheiro, quando, então, ele abriu o chuveiro para aliviar a dor”, afirmou o delegado Renato Batista de Oliveira, adjunto do 24º Distrito Policial, em Ermelino Matarazzo, onde o caso foi registrado e é investigado.

De acordo com a Polícia Civil, o caso só foi descoberto após a Polícia Militar receber um chamado da base para atender uma denúncia feita por uma vizinha, que telefonou para o 190 da PM, sobre uma discussão e gritaria, possivelmente uma briga de casal.

Chegando ao local, policiais militares encontraram o padrasto do menino, um comerciante, o colocando no banco traseiro do carro. O garoto estava queimado e se “desmanchando”, de acordo com um policial. Por esse motivo, ele não foi removido para o veículo da PM. O padrasto teria dito que a mulher dele queimou a criança sem motivo aparente.

Suspeitando que o padrasto estivesse embriagado, um policial assumiu a direção do carro do homem e seguiu até um hospital em Ermelino Matarazzo. O outro policial militar entrou na residência e encontrou Sandra com a filha de três anos, fruto do relacionamento com o comerciante. Ela também estaria alcoolizada, segundo os policiais. Apesar disso, o casal não foi submetido a nenhum exame de dosagem alcoólica.

Ela falou que estava bebendo na cozinha, ouviu gritos no quarto e viu o filho em chamas na cama. Ele teria feito uma brincadeira com álcool e fogo para chamar a atenção dela. Mas não acreditamos na história porque só ele estava queimado e a cama não”, afirmou Alves. “Ela estava com o braço queimado, dizendo que tentou ajudá-lo a apagar as chamas”.

Apesar da suspeita de embriaguez, nenhum exame de dosagem alcoólica foi feito no casal. Segundo o soldado, a suspeita de que a mulher ateou fogo no próprio filho aumentou quando a filha disse que foi a mãe quem jogou álcool e queimou o irmão.

Padrasto e Conselho Tutelar
O padrasto do menino não foi encontrado pelo G1. Ele morava com Sandra na casa. Ele foi liberado pela polícia após ser ouvido na condição de testemunha. Em seu depoimento, deu outra versão para o caso: afirmou que não viu nada.

A conselheira tutelar Maria do Céu Vara Macedo Oliveira esteve presente durante o depoimento dos dois e afirmou que irá dar informações para a Vara da Infância e Juventude, que determinará quem ficará com as crianças. O pai biológico do menino teria morrido. Já a menina deverá ficar com o comerciante.

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