sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cartilha de Enfrentamento as Drogas é lançada em Assembléia Legislativa


O lançamento da Cartilha “A Droga Não Me Usa, Sou Mais Vida”, ocorrido no dia 9 de novembro na Assembleia Legislativa, é uma etapa do programa de trabalho da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, coordenada pelo deputado do PT Donisete Braga e integrada por 29 parlamentares. O evento reuniu representantes da sociedade civil, autoridades da gestão pública estadual e municipal e representantes de entidades religiosas, que participaram do debate sobre a situação do crack no Estado e o papel de entidades e governos no combate às drogas.


Pesquisa aplicada em todos os municípios da federação, realizada pela Confederação Nacional dos Municípios, apresentada por Eduardo Stranz, no recorte estadual, divulgada no início desta semana pelo portal Observatório do Crack, aponta a ausência de política pública articulada entre os entes federativos União, Estado e Municípios e o quanto os reflete e sobrecarrega as finanças e as cobranças da população sobre os gestores municipais.

A entidade obteve resposta de 545 municípios paulistas. Entre eles, 531 afirmam que o consumo de drogas já é detectável na cidade e 392 indicam problemas com crack e outras drogas. De acordo com o levantamento, o nível de consumo é alto em 181 cidades. Outra questão apontada na pesquisa é a falta de programas e redes de assistência para acolher os narcodependentes. Segundo Stranz, o fato de 61,4% dos gestores municipais apontarem o uso do crack como um problema de saúde "é sinal de que as cidades não estão mais lidando com a prevenção, e sim com o tratamento de jovens”.

Já presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Mauro Aranha, apontou para a identificação das instâncias de assistência aos dependentes como um desafio a ser superado na busca da construção de uma rede de combate às drogas. ”Além de agregar as redes de ações, temos que constituir também mecanismos de inclusão do depende e sua reinserção na sociedade,” defendeu Aranha.

Na avaliação do autor da publicação deputado Donisete Braga, "A cartilha tem o poder de informar e orientar jovens e famílias. É mais uma etapa da frente, que tem conseguido avançar nesse debate de forma suprapartidária”.

A adoção de medidas extremadas como toque de recolher e a internação compulsória dos dependentes recebeu críticas de Ariel de Castro Alves, da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Fundação Criança de São Bernardo.

Para Ariel é necessário disponibilizar meios, instrumentos de políticas públicas que atendam as diferentes necessidades e realidades para prevenir e conter o avanço do uso das drogas sobre a população. Castro defendeu que governos adotem medidas de apoio as famílias, assistência médica e terapêutica, estimular a apoiar práticas esportivas e culturais e artísticas num leque de diversidades de ações e atividades para a recuperação e reinserção do dependente. “É fundamental ter políticas públicas reais e não ilusórias ou representativas. A falta de qualidade da educação pública estadual também é um fator que contribui para evasão escolar e colabora para a elevação do envolvimento de jovens com as drogas”, destacou.

O evento contou ainda com a participação de Luiz Fernando Cauduro, vice-presidente da Federação Brasileira Amor Exigente; Cid Vieira de Souza Filho, coordenador da Comissão de Estudos sobre Educação e Prevenção de Drogas e Afins da OAB/SP; e dos deputados Jooji Hato (PMDB) e Olimpio Gomes (PDT).

A missionária Rosangela di Giorgi, do Ministério Nova Vida/Igreja Bola de Neve, apresentou uma dramatização, curta e quase sem palavras, de sua própria história de envolvimento com as drogas, do álcool ao crack, e de como conseguiu escapar desse inferno. "Eu sou uma exceção", ela reconheceu. Essa constatação foi reforçada quando o deputado Donisete Braga lembrou que, durante visita da frente à Cracolândia, em 21/6, os parlamentares foram abordados por um menino de 12 anos, que pediu ajuda aos parlamentares e foi encaminhado para um centro de referência. Depois de 24 horas, ele estava de volta às ruas e às drogas.

(Fonte: Assessoria de Imprensa do PT na Assembleia Legislativa e Agência de Notícias da ALESP)

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