sábado, 29 de janeiro de 2011

'Fogareiro': Bebê de 1 ano sofria maus tratos em Maranguape

Bebê vítima de graves maus tratos da própria família, em Maranguape, já está com o Conselho Tutelar. 
A criança de 1 ano vivia com a avó e a mãe de 15 anos, ambas catadoras de lixo, e foi internada duas vezes com queimaduras graves pelo corpo.
Após denúncia, o Conselho Tutelar foi acionado e a menina agora está sob os cuidados provisórios de uma familia de empresários.
Conselheiro conta detalhes do caso

"Não sei como a criança chegou a esse nível de queimaduras"

A avó nega os maus tratos e afirma que "caiu com a criança em cima de um fogareiro". "Não sei como a criança chegou a esse nível de queimaduras, e ela [avó] não se queimou", afirma Geraldo Vieira, conselheiro tutelar.
A avó e a mãe da criança devem prestar depoimento nos próximos dias.
TV Diário - 29/01/2011 

Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

Centro de Referência da Mulher (CRM) lança Campanha do Laço Branco / Homens Unidos pelo fim da violência contra a mulher...


Campanha do Laço Branco em Itapetinga-BA

Coordenação: Centro de Referência da Mulher (CRM) 
e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS).
Realização: Prefeitura Municipal de Itapetinga-BA.

Apoio:  Secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, 
Educação, Ministério Público, Defensoria pública, 
Segurança pública, Justiça, Direitos Humanos, 
Conselho Tutelar, Empresas diversas, 
Câmara de Vereadores, Movimentos Sociais, Associações de 
Bairros, entre outros.


Foto: G4TVI
Apresentação: Com a Campanha Brasileira do Laço Branco
 temo a pretensão de sensibilizar, envolver e mobilizar 
os homens de Itapetinga no engajamento pelo fim 
da violência contra a mulher. Pretendemos ainda desenvolver
 ações articuladas com os movimentos organizados 
de mulheres e de outras representações sociais que 
buscam promover a eqüidade de gênero, a esperança e a paz, 
através de ações em saúde, educação, trabalho, ação social,
 justiça, segurança pública e direitos humanos.

Justificativa: Frente aos altos índices de agressões cometidas 
contra as mulheres no município de Itapetinga, a postura da 
comunidade civil organizada, juntamente com outros seguimentos sociais, 
não poderia ser outra, senão, a mesma daquele grupo canadense:
 ir às ruas buscar o apoio da comunidade como um todo contra a 
violência de gênero.

Objetivo: sensibilizar e mobilizar homens adultos e jovens e instituições
 governamentais e não-governamentais pelo fim da violência contra as
 mulheres. A meta principal é estimular a mudança de atitudes e o 
comportamento de homens para que eles:


• vejam-se como aliados nas iniciativas contra a violência;
• rompam o silêncio frente à violência contra as mulheres;
• utilizem outras maneiras, em vez da violência, para 
resolver conflitos.

Metodologia: A Campanha reúne homens, mulheres jovens 
e crianças da cidade de Itapetinga-BA na luta pelo fim da 
violência contra as mulheres. Sair pelas ruas da cidade 
acompanhadas de atrações musicais, fogos, apitos, carro 
de som, seguindo o roteiro estabelecido. Roteiro: a Caminhada 
sairá da Praça Dr. Guilherme Dias (em frente ao Estádio ACM).
Meta: Reunir o maior número possível de pessoas, principalmente
 homens, para que estes sensibilizem outros.

Programação:
Data: Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011.
09h00h - Concentração na Praça Guilherme Dias 
(em frente ao Estádio ACM).
09h00h - Caminhada pelas ruas da cidade

Vale ressaltar que na oportunidade será entregue o
 SELO PREFEITO AMIGO DA MULHER aos prefeitos
 do TERRITÓRIO 8 - das cidades de: CAATIBA, ITARANTIM, 
POTIRAGUÁ, MACARANI, FIRMINO ALVES, SANTA CRUZ DA VITÓRIA, 
IBICUÍ, IGUAÍ, NOVA CANAÃ, MAIQUINIQUE, ITORORÓ, ITAMBÉ  E ITAPETINGA.

Cristiane Oliveira Nunes
Coordenadora do C.R.M.
Coordenadora da Proteção Social Especial

Itapetinga na mídia
Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cresce o número de internações de dependentes de Crack


Dos 130 leitos do Hospital de Saúde Mental, 47 estão ocupados por dependentes de crack, considerada a maldição do século, que não escolhe classe social, idade e sexo; experimentou uma única vez, já se torna escravo da pedra
Cresce a cada dia o número de pessoas que procuram o Hospital de Saúde Mental de Ourinhos em busca de tratamento para o crack. Considerado um problema de Saúde Pública, esses pacientes possuem poucas opções de tratamento em hospitais estaduais e federais.
O crack é a única droga que vicia após o primeiro, trago, pois o individuo inala a fumaça que atingi diretamente seu pulmão dentro de 10 minutos. Seu nome crack, está relacionado a barulho de estalos durante o tempo que está sendo queimada como se fossem cristais.
Para falar sobre o assunto, entrevistamos o médico especializado em Psiquiatria e Geriatria, Dr. Davi Serafim Junior, que há aproximadamente dois anos presta serviço no Saúde Mental.
Ele explica que a história do crack está diretamente relacionada com a da cocaína usada de forma injetável na década de 60, apelidada na época de “droga dos ricos” por causa do seu alto custo. Por isso o surgimento e epidemia do crack, composto com o resto da cocaína e outras substâncias que possibilita a sua venda por R$ 5 ou 10 reais.
“O crack também é consumido com outras sustâncias, conhecido como mescla, no qual o usuário mistura maconha com o crack (craconha) e outras combinações químicas que antecipam a sua autodestruição”.
“O que percebo é que alguns traficantes utilizam da mistura da maconha com o crack, para que o usuário se torne um escravo da droga rapidamente, se desfazendo de todos os bens e até se prostituem para sustentar seu vício. O mais assustador de tudo isso é que essa reação é registrada em pouco tempo de uso, o que diferencia o crack das outras drogas”, esclareceu Dr. Davi.
Em virtude disso, os usuários de crack acabam se envolvendo no mundo do crime, porque depois que se desfaz de todos os bens começam a furtar, roubar e até traficar para sustentar seu próprio vício. Alguns chegam a usar de 30 a 50 pedras em um dia, emagrecendo e deixando-o vulneráveis a doenças como pneumonia, tuberculose e outras, devido à baixa resistência, pois se esquece de viver, não come, dorme, perde sentimentos, enfim, vivem em função do crack”, relatou o psiquiatra.
O Hospital de Saúde Mental tem 130 leitos, sendo que, 47, estão ocupados por dependentes de crack, de idade entre 18 e 62 anos, o que se comprova sua invasão sem distinção de classe social e idade. O dependente de crack é considerado um doente e os familiares devem entender que os viciados estão passando por uma vida diferente, precisando de muita compreensão e amor.
“O transtorno mental em si é muito longe perto do crack, o que se via antes era maior a procura pelo alcoolismo, e hoje é pelo crack”, concluiu.
O que se observa é que muitas crianças estão entrando no mundo da droga, perdendo suas funções neuronais e cardíacas e todo seu desenvolvimento é interrompido pela droga.
Já existia um grande número de envolvidos com maconha, cocaína e álcool, mas nada é tão devastador como o crack.
Acompanhe a entrevista e entenda o que é o crack, seus efeitos e consequências.
JD- O que é o crack? Qual sua forma de uso?
Psiquiatra – De princípio é uma mistura do lixo da cocaína, juntamente com bicarbonato de sódio e sal amoníaco, em seguida recebe porções de éter, solução de bateria, acetona e até cacos moídos de vidro. È fumado, com um cachimbo feito por cano de PVC, metal e outros artefatos, como latinhas de refrigerantes, ou seja, qualquer objeto que possibilite fumar a substância.
JD – Quais os efeitos que o crack proporciona?
Psiquiatra – Posso afirmar que efeitos benéficos nenhum, o crack proporciona uma sensação de euforia, bem estar e excitação constante, que gera um falso prazer durante cerca de dez minutos, que é o tempo que a droga age no organismo. Passado esses momentos, vem a depressão, um das maiores causas de homicídios registrados.
JD – O que o crack provoca no organismo?
Psiquiatra – Causa lesão cerebral, no qual o usuário perde os neurônios provocando a perda de memória, isquemia cerebral, aumento da pressão arterial provocando o infarto, além da intoxicação pelo metal que se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, pulmões, rins e ossos.  O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, portanto o crack destrói em todos os sentidos.
Afetados os neurônios, eles morrem e não voltam mais, por isso é uma perca irreversível.
JQ – Quanto tempo o crack leva para atingir o cérebro e o pulmão?
Psiquiatra – A partir do momento que se inala a fumaça o caminho percorrido até cérebro é de apenas dez segundos, onde já se tem perda de neurônios, logo que acaba a substância o indivíduo começa a ficar agitado, agressivo pela procura de mais, o que consideramos de abstinência,  que depois de tratado entra em estado de fissura e desejo.
Já o pulmão é afetado três a dez minutos após o uso, o que também causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito.
JD – Uma pessoa que usa o crack pode ficar psicótico (doente mental)?
Psiquiatra – De princípio o indivíduo apresenta sintomas da Paranóia, caracterizada pelo desenvolvimento de um delírio crônico (de grandeza, de perseguição), em seguida desenvolve a Psicose e a doença mental (popularmente conhecida como loucura) e que se caracteriza por ausência de percepção da realidade, podendo levar o usuário a apresentar uma doença mental irreversível.
JD- O que leva uma pessoa a experimentar o crack?
Psiquiatra - Depois de estudos e convivências com meus pacientes, posso afirmar que uma criança que não cresceu em ambiente familiar, que não teve carinho, amor, religião, contato social e educação, tem maior probabilidade de desenvolver a dependência pelo crack. Alguns estudos apontam que a genética tem certa hereditariedade, mas considerado muito baixo comparado com a falta de amor num ambiente familiar.
JD – Existe tratamento? Quais são as modalidades? Tem cura?
Psiquiatra – Sim, desde que o dependente aceite o tratamento, a partir daí são oferecidos várias modalidades em hospitais psiquiátricos, clínicas filantrópicas, clínicas particulares, na qual a pareceria com órgãos religiosos vem tendo um excelente resultado. Aqui no Saúde Mental é realizado o processo de desintoxicação, com o paciente permanecendo por 21 dias longe das drogas. Após esse período, deve ser encaminhado para uma internação em clínicas por nove meses, três a mais do que a dependência por outras drogas.  A dependência do crack não tem cura, o paciente para o resto de sua vida vai conviver com as seqüelas deixadas pela droga.                     
Renata Tiburcio/Redação JNN

Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Planos poderão ter de priorizar crianças e adolescentes




Projeto visa instituir a política de assistência à saúde da criança e do adolescente no sistema de saúde suplementar
A Câmara analisa o projeto de lei 8048/10, do Senado, que inclui na assistência oferecida pelos planos de saúde a obrigatoriedade de ações de prevenção e de tratamento de doenças que ponham em risco o crescimento e o desenvolvimento de crianças e de adolescentes.
A proposta altera a lei dos planos e seguros privados de assistência à saúde (Lei 9.656/98), a fim de instituir a política de assistência à saúde da criança e do adolescente no sistema de saúde suplementar. Isso deverá ser feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, que ouvirá a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Diagnósticos e terapias
Essas instituições vão estabelecer protocolos que assegurem a realização de diagnósticos e de terapias necessários à detecção e ao tratamento das doenças que atinjam crianças e adolescentes.
O projeto de lei estabelece ainda que os atendimentos médicos de crianças e adolescentes deverão ser feitos por pediatras com título reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina, salvo em caso de urgência ou emergência.
Prevenção
De acordo com a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), autora da proposta, os estudos epidemiológicos mais recentes demonstram que a prevenção eficaz da maior parte das doenças que acometem a população adulta na atualidade deve ser feita na infância.
A legislação atual define que a assistência dos planos de saúde privados compreende todas as ações necessárias à prevenção da doença e à recuperação, manutenção e reabilitação da saúde.

Tramitação
A proposta tem prioridade e será analisada de forma conclusiva pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 

Confira a íntegra da proposta aqui.

por Saúde Business Web

Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Profissionais despreparados deixam crianças expostas a agressões


Foto meramente ilustrativa
Enquanto o Brasil discute se palmadas para educar os filhos são um direito dos pais ou não, os responsáveis por proteger as crianças de agressões mal conhecem a lei que atualmente precisam cumprir. O desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), há 20 anos em vigor, é uma constante nos conselhos tutelares.
"A falta do conhecimento do Estatuto é uma realidade nacional", afirmou o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Fábio Feitosa, referindo-se ao domínio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte dos conselheiros tutelares.
"Tem conselheiro que não sabe ler e nem conhece o ECA", completa o presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de São Paulo, João Santo. Ele considera desnecessária a "lei da palmada" - texto enviado pelo Executivo, no dia 14 de julho, ao Congresso Nacional, que prevê a proibição de qualquer tipo de castigo físico a crianças -, e diz que o entendimento da lei é mais urgente do que a modificação da mesma. Para Santo, o papel do Estado é garantir que a criança não seja espancada, e não "entrar nestas minúcias do tratamento da família".
A secretária da Mesa Diretora do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro, Eliana Rocha, concorda com a avaliação de João Santo. "O sistema de garantia de direito, de 20 anos para cá, mudou muito e tem de ter pessoas capacitadas para fazer estas mudanças", diz. Conhecer o ECA é um "desafio", segundo Eliana, por isso a necessidade de uma educação permanente e contínua para os conselheiros tutelares.
Enides Lima, conselheira tutelar da unidade da Sé, região central de São Paulo, confirma que não teve de provar conhecimento sobre o ECA para se candidatar ao cargo. Segundo ela, o único documento pedido foi um termo comprovando experiência de um ano com crianças ou adolescentes. "Se todos os conselheiros conhecem o ECA eu não sei, mas deveriam", afirma.
Daniel Moraes, do Conselho de Guaianases (zona leste da capital paulista), conta que, além de não conhecer o ECA, existem conselheiros que desconhecem até a Constituição. "Eles entram crus, aprendem durante os três anos (de mandato) e tentam reeleição para colocar em prática o que aprenderam. Tem conselheiros muito mal preparados", diz.
A deficiência na qualificação do profissional é a mais grave, mas não é a única carência destes órgãos responsáveis pelos direitos do menor, segundo Fábio Feitosa. Ele observa que o Brasil tem hoje conselhos tutelares em 98% do território nacional. Porém, "muitos deles não têm espaço físico nem para atender as crianças, não têm computadores, são completamente sem estrutura".
Entre os conselhos das cinco regiões de São Paulo entrevistados pelo Terra, a reclamação de falta de computadores foi unânime. Em média, cada conselho tem uma máquina que funciona. "Aqui falta tudo", reclama Claudia Lima, do Conselho Tutelar da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. Segundo ela, "falta gente bem mais capacitada para trabalhar", já que a região tem 600 mil habitantes, e os cinco conselheiros atendem cerca de 50 pessoas por dia.
Capacitação não saiu do papel
Com o Fundo dos Diretos da Criança e do Adolescente, o Conanda investiu em 21 Estados para a qualificação profissional dos conselheiros tutelares. É o projeto Escolas de Conselho, que deveria oferecer cursos específicos sobre o ECA. Mas as aulas até hoje nunca aconteceram. "Em agosto, discutiremos o porquê as escolas não saíram do papel", diz Fábio Feitosa.

Lei aumenta rigor sobre castigos físicos
A preocupação da conselheira tutelar do distrito Aricanduva de São Paulo, Maria Aparecida dos Santos, é de que a aprovação da "lei da palmada" traga mais complicação ao trabalho de sua categoria. Ela teme que aumente o número de denúncias levianas. "Já aparecem muitas denúncias sem fundamento pelo 181 (disque-denúncia). Com esta lei, você imagina o que vai acontecer". O projeto de lei prevê que qualquer tipo de castigo físico seja proibido.

De acordo com o presidente do Conanda, resolver as questões de qualificação profissional e infraestrutura para o desenvolvimento do trabalho são "mais importantes e urgentes" do que a aprovação do projeto de lei contra qualquer tipo de castigo degradante à criança ou adolescente, até para que a sua aplicação funcione.
O projeto
O projeto da "lei da palmada" surgiu de um compromisso internacional do Brasil com as Nações Unidas, explica a subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Carmen Oliveira. A organização recomendou a todos os países signatários da convenção sobre os direitos da criança a criação de um marco legal de proibição dos castigos corporais.

Conforme Carmen, "o projeto acrescenta e define melhor o que são maus tratos", já que há uma imprecisão no Código Civil que proíbe castigos imoderados, porém, não classifica o que seria moderado. "Existe uma distorção de que a gente esteja proibindo o beliscão ou a palmada. Nós estamos chamando a atenção da sociedade que existem outras formas para educar a criança e o adolescente, como a conversa", afirma Carmen.
Com experiência de sete anos em tratamento de adolescentes da Febem em Ouro Preto, o pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa pensa diferente. O especialista afirma que "a única maneira de se estabelecer limites é pela punição". Segundo ele, que se declara "totalmente contra" o texto do projeto, não existe organização que não coloque o castigo como meio de controle. "Se não seguir as regras no trânsito, você leva multa, no trabalho, é despedido", exemplifica.
Vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos em 1998, Gomes da Costa sustenta que estas repreensões não criam traumas na criança ou adolescente. "A primeira coisa é dar o exemplo de conduta, a segunda é o diálogo, a terceira, a advertência cordial, depois a severa, e depois a contensão física", enumera o pedagogo.
Carmen, entretanto, acredita que "certamente isso não aconteceria no caso da Isabella Nardoni, onde a menina gritou, gritou, gritou, e nenhum vizinho acudiu, talvez, ainda com o pressuposto de que, no que diz respeito a quatro paredes de uma família, ninguém deva se meter".
Redação Terra
Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Visão geral

Imagem meramente ilustrada


Atendimento socioeducativo deve assegurar aos adolescentes, mesmo àqueles em privação de liberdade, todos os direitos fundamentais, como à educação, ao esporte, ao lazer e à convivência familiar e comunitária.
O marco histórico que representou a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990 deve-se, em grande medida, à mudança que a nova lei representou para o tratamento destinado aos adolescentes em conflito com a lei.

Antes disso, o atendimento aos jovens que cometiam atos infracionais era balizado pelo Código de Menores (Lei nº 6.697/1979), uma lei que considerava a infância e a adolescência em “situação irregular”. Em outras palavras, à parcela da população infanto-juvenil que cometia delitos de qualquer natureza eram dispensadas ações repressivas e punitivas, em sintonia com a Política Nacional de Bem-Estar do Menor.

Com o Estatuto, o atendimento passou a ter caráter educativo, mais adequado à condição peculiar de desenvolvimento em que se encontram os adolescentes. O ECA definiu como categorias de medidas socioeducativas a advertência, a obrigação de reparar o dano, a prestação de serviços à comunidade, a liberdade assistida, a inserção em regime de semiliberdade e a internação em estabelecimento educacional.

Como forma de definir os parâmetros para a execução dessas medidas, a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SPDCA/SEDH) da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) promoveram uma ação conjunta que contou com a participação de diversos atores da sociedade civil, representantes do Poder Judiciário e entidades de atendimento socioeducativo.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), aprovado em 2006, teve como objetivo traçar uma série de estratégias e recomendações para a promoção de uma ação articulada entre União, Estados e Municípios. O documento também define as atribuições do Poder Judiciário e do Ministério Público para o atendimento aos adolescentes em conflito com a lei.

A partir da constatação da ineficácia das medidas em meio fechado - ou seja, das medidas que restringem liberdades e que representam maior custo administrativo para o Estado - o SINASE priorizou a aplicação de medidas em meio aberto, com a recomendação de que privação somente deve ocorrer em caráter excepcional e durante curto período de tempo, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Buscava-se com isso superar uma forte cultura de internação que ainda hoje existe em nosso país.

Vale destacar que, tendo como principal premissa a garantia e o respeito aos direitos humanos de meninos e meninas, o atendimento socioeducativo deve assegurar aos adolescentes, mesmo àqueles em privação de liberdade, todos os direitos fundamentais, como à educação, ao esporte, ao lazer e à convivência familiar e comunitária. Para tanto, é fundamental que as unidades de internação possuam instalações adequadas que possibilitem o pleno exercício dessas garantias.

No entanto, dados da SPDCA mostram que a implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo ainda é um desafio. Das 318 unidades de internação existentes no país, apenas 41 estão adequadas aos padrões arquitetônicos estabelecidos pelo SINASE. A adequação das instalações físicas deve levar em consideração a proposta pedagógica do programa de atendimento e respeitar as condições de conforto e segurança, propiciando a humanização dos espaços destinados a receber meninos e meninas.

Atualmente não existem dados exatos sobre a totalidade dos adolescentes atendidos em meio aberto. Com o objetivo de traçar um diagnóstico dessa realidade, o Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (ILANUD/Brasil) elaborou, em parceria com a SPDCA, um Mapeamento Nacional das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto. pesquisa, realizada ao longo do ano de 2007, contou com informações dos gestores do sistema socioeducativo e do Poder Judiciário, por meio das Varas da Infância e Juventude.

O estudo mostrou que a municipalização das medidas em meio aberto, prevista pelo Estatuto e definida pelo SINASE, ainda não foi assumida por grande parte das cidades brasileiras. Dos 5.564 municípios existentes, apenas 11,4%, o que equivale a 636 cidades, já municipalizaram seu atendimento ou estão em fase de implementação. Vale destacar que quando se trata das grandes cidades, a municipalização já é uma realidade para 70,37% das capitais do país. Essa diretriz está alinhada com o conceito do ECA, de municipalização do atendimento como forma de assegurar o protagonismo juvenil e o fortalecimento do contato do adolescente em conflito com a lei com sua família e a comunidade em que está inserido.

Outro levantamento, feito pela Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, mostrou que em 2007 o número total de jovens que cumpriam medida socioeducativa era de aproximadamente 60 mil. Desses, 26,6% recebiam atendimento em meio fechado, sendo que a maior parte, 71%, era de jovens em regime de internação.

De acordo com os dados, é possível verificar que a maior parte dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa o fazem em meio aberto. Ainda assim, observa-se que, no período de dez anos, houve um aumento do número de jovens atendidos em restrição de liberdade. Se em 1996 o número de adolescentes nessa modalidade de atendimento era de pouco mais de 4 mil, no ano de 2007, esse universo passou a ser de 11.400 jovens.

Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das Crianças e dos Adolescentes

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Gravidez na Adolescência


A adolescência é uma fase bastante conturbada na maioria das vezes, em razão das descobertas, das ideais opostas às dos pais e irmãos, formação da identidade, fase na qual as conversas envolvem namoro, brincadeiras e tabus. É uma fase do desenvolvimento humano que está entre infância e a fase adulta. Muitas alterações são percebidas na fisiologia do organismo, nos pensamentos e nas atitudes desses jovens. 

A gravidez é o período de crescimento e desenvolvimento do embrião na mulher e envolve várias alterações físicas e psicológicas. Desde o crescimento do útero e alterações nas mamas a preocupações sobre o futuro da criança que ainda irá nascer. São pensamentos e alterações importantes para o período. 

Adolescência e gravidez, quando ocorrem juntas, podem acarretar sérias conseqüências para todos os familiares, mas principalmente para os adolescentes envolvidos, pois envolvem crises e conflitos. O que acontece é que esses jovens não estão preparados emocionalmente e nem mesmo financeiramente para assumir tamanha responsabilidade, fazendo com que muitos adolescentes saiam de casa, cometam abortos, deixem os estudos ou abandonem as crianças sem saber o que fazer ou fugindo da própria realidade. 

O início da atividade sexual está relacionado ao contexto familiar, adolescentes que iniciam a vida sexual precocemente e engravidam, na maioria das vezes, tem o mesmo histórico dos pais. A queda dos comportamentos conservadores, a liberdade idealizada, o hábito de “ficar” em encontros eventuais, a não utilização de métodos contraceptivos, embora haja distribuição gratuita pelos órgãos de saúde públicos, seja por desconhecimento ou por tentativa de esconder dos pais a vida sexual ativa, fazem com que a cada dia a atividade sexual infantil e juvenil cresça e conseqüentemente haja um aumento do número de gravidez na adolescência. 

A gravidez precoce pode estar relacionada com diferentes fatores, desde estrutura familiar, formação psicológica e baixa auto-estima. Por isso, o apoio da família é tão importante, pois a família é a base que poderá proporcionar compreensão, diálogo, segurança, afeto e auxílio para que tanto os adolescentes envolvidos quanto a criança que foi gerada se desenvolvam saudavelmente. Com o apoio da família, aborto e dificuldades de amamentação têm seus riscos diminuídos. Alterações na gestação envolvem diferentes alterações no organismo da jovem grávida e sintomas como depressão e humor podem piorar ou melhorar. 

Para muitos destes jovens, não há perspectiva no futuro, não há planos de vida. Somado a isso, a falta de orientação sexual e de informações pertinentes, a mídia que passa aos jovens a intenção de sensualidade, libido, beleza e liberdade sexual, além da comum fase de fazer tudo por impulso, sem pensar nas conseqüências, aumenta ainda mais a incidência de gestação juvenil. 

É muito importante que a adolescente faça o pré-natal para que possa compreender melhor o que está acontecendo com seu corpo, seu bebê, prevenir doenças e poder conversar abertamente com um profissional, sanando as dúvidas que atordoam e angustiam essas jovens. 

Por Giorgia Lay-Ang 
Graduada em Biologia 
Equipe Brasil Escola 

Conselho Tutelar de Itapetinga
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

domingo, 23 de janeiro de 2011

A agressividade nas crianças pequenas



Uma das grandes dificuldade dos pais é lidar com a agressividade de seus filhos.
Quando o bebê nasce, ele traz impulsos amorosos e agressivos, e a medida que vai sendo cuidado pelos pais, passa a construir vínculos afetivos e a desenvolver seu relacionamento interpessoal.
Essa fase é muito importante, porque assim, ele passa a conhecer o mundo à sua volta e a alicerçar sua personalidade. Sendo assim, é necessário que sinta-se cuidado e protegido.
Com o passar do tempo, a criança tem nos pais um modelo e então relacionam-se com outras pessoas assim como seus pais o fazem. Se têm um relacionamento calmo, é assim que a criança se comportará na maioria das vezes, e se têm um relacionamento mais conturbado, ela provavelmente seguirá esse modelo de comportamento.
O comportamento agressivo na criança é normal e deve ser vivenciado por ela. O grande problema é que ela não sabe como controlá-lo. Normalmente, acontece quando sente-se frustrada ou quando necessita mostrar aos pais que algo não vai bem. Muitas vezes a criança provoca um adulto para que ele possa intervir por ela e controle seu impulso agressivo, já que ela é pequena e não tem condições de fazer por sí própria. Por isso precisa de um “para com isso” ou “eu não quero que você faça”. É como se ela pedisse para levar uma bronca. Nessa hora é como se o adulto emprestasse seu controle para a criança.
Assim como os pais a ensinam andar, falar etc… também devem ensinar a criança a controlar sua agressividade e aprender a hora certa de colocá-la para fóra. O importante é que os pais tenham bom senso tomando cuidado para que ela não seja terrorista ou submissa, ou seja, nem permitir tudo para a criança e nem devolver a agressividade dela com outra agressividade.
Educar crianças é uma tarefa difícil e requer trabalho, mas o que vale é tentar acertar, ter equilibrio e consenso entre os pais para que na educação da criança não ocorra falha de dupla comunicação. Se um dos pais permite tudo e o outro não permite nada, isso só confundirá a criança.
Fonte: Guia do Bebê
Conselho Tutelar de Itapetinga                                                                                          
Em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes