Aos 2 aninhos, Ana Clara Ribeiro de Souza, que mora em Mesquita, na Baixada Fluminense, balbucia as primeiras palavras e ainda treina o "alô" no telefone de brinquedo. Mas isso não livrou a pequena de uma situação incomum: acusada de não pagar três contas de uma empresa de telefonia celular, ela foi incluída nos cadastros de proteção ao crédito SPC e Serasa. O nome de Ana Clara estava sujo desde abril e só saiu dos registros há dois dias, depois de a reportagem do EXTRA fazer contato com a empresa telefônica. De acordo com as correspondências recebidas pela mãe da menina, a técnica em enfermagem Camila Lorrane Ribeiro Primo Moura, de 21 anos, Ana Clara era titular de um celular da Vivo, pelo plano Controle. Porém, segundo a carta, teria deixado de pagar as faturas de março, abril e maio deste ano. A dívida total somava R$ 80,70.
— Me mudei em julho, depois que perdi o meu marido. Só voltei ao endereço antigo na semana passada para buscar as correspondências. Fui surpreendida por este absurdo. Nunca comprei esse telefone — contou Camila.
Dados são idênticos
Ana Clara tem CPF desde o primeiro mês de vida, uma exigência do plano de saúde para que fosse colocada como dependente dos pais. Camila acredita que a fraude tenha ocorrido por meio do documento da filha.
— Só mudaram a data de nascimento para 1983 no contrato firmado com a Vivo. Mas as demais informações são todas da minha filha. Inclusive o nosso endereço antigo — afirmou a mãe.
Depois de tentar, sem sucesso, um acordo com a Vivo por telefone, Camila procurou a Justiça:
— Tentei explicar ao atendente a situação absurda. Mas ouvi apenas que tinha que pagar a dívida. Minha filha, que ficou órfã tão cedo, está com o nome sujo antes mesmo de aprender a falar — desabafou Camila.
Dados são idênticos
Ana Clara tem CPF desde o primeiro mês de vida, uma exigência do plano de saúde para que fosse colocada como dependente dos pais. Camila acredita que a fraude tenha ocorrido por meio do documento da filha.
— Só mudaram a data de nascimento para 1983 no contrato firmado com a Vivo. Mas as demais informações são todas da minha filha. Inclusive o nosso endereço antigo — afirmou a mãe.
Depois de tentar, sem sucesso, um acordo com a Vivo por telefone, Camila procurou a Justiça:
— Tentei explicar ao atendente a situação absurda. Mas ouvi apenas que tinha que pagar a dívida. Minha filha, que ficou órfã tão cedo, está com o nome sujo antes mesmo de aprender a falar — desabafou Camila.
Pedido de indenização
Na semana passada, Camila esteve no Serasa de Nova Iguaçu para conferir se o nome da filha continuava na lista de devedores.
— O curioso é que eu e meu marido falecido jamais tivemos um telefone da Vivo. Como sabiam, inclusive, o nosso endereço? — questionou a mãe.
O advogado da família, João de Barros, tem duas possibilidades para o uso do CPF de Ana Clara:
— Alguém pode ter clonado o documento. Ou o próprio funcionário de uma das lojas conveniadas pode ter retirado o celular com o número dela, já que há empresas especializadas na venda de CPF pela internet — afirmou o advogado.
João de Barros disse que a ação na Justiça, em defesa de Camila e sua filha, pede o cancelamento do contrato e uma indenização por danos morais.
— Jamais vi algo parecido. O SPC e a Serasa não têm culpa, pois quem indica o devedor é a empresa, que é também quem avisa quando há um erro — disse Barros.
Procurada pelo EXTRA, a Vivo informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, "que está fazendo um levantamento minucioso e que tomará as devidas providências cabíveis o mais rápido possível".
Na semana passada, Camila esteve no Serasa de Nova Iguaçu para conferir se o nome da filha continuava na lista de devedores.
— O curioso é que eu e meu marido falecido jamais tivemos um telefone da Vivo. Como sabiam, inclusive, o nosso endereço? — questionou a mãe.
O advogado da família, João de Barros, tem duas possibilidades para o uso do CPF de Ana Clara:
— Alguém pode ter clonado o documento. Ou o próprio funcionário de uma das lojas conveniadas pode ter retirado o celular com o número dela, já que há empresas especializadas na venda de CPF pela internet — afirmou o advogado.
João de Barros disse que a ação na Justiça, em defesa de Camila e sua filha, pede o cancelamento do contrato e uma indenização por danos morais.
— Jamais vi algo parecido. O SPC e a Serasa não têm culpa, pois quem indica o devedor é a empresa, que é também quem avisa quando há um erro — disse Barros.
Procurada pelo EXTRA, a Vivo informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, "que está fazendo um levantamento minucioso e que tomará as devidas providências cabíveis o mais rápido possível".
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