terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bebê baiano operado por doença rara no coração morre em São Paulo

REDE BAHIA | G1

Cauê foi submetido a uma cirurgia no último dia 8 de setembro. Ele morreu às 12h30 desta segunda-feira, segundo o hospital onde estava.

O bebê baiano que teve que ser submetido a uma cirurgia em São Paulo devido a uma doença rara no coração morreu por volta das 12h30 desta segunda-feira (19), de acordo com informações da assessoria do Hospital Beneficência Portuguesa, onde ele estava internado. As causas da morte não foram divulgadas pelo hospital.




Bebê Cauê, durante tranferência para São Paulo



No sábado, o pai de Cauê informou que a criança já respirava sem a ajuda de aparelhos e que deveria sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital ainda esta semana.Cauê foi operado no dia 8 de setembro e, embora o procedimento tenha sido considerado complexo, os médicos ficaram otimistas sobre sua recuperação. A expectativa dos médicos e da família de Cauê era de que ele continuasse a reagir bem ao pós-operatório, para passar por uma nova cirurgia quando completasse quatro meses de vida.O casoCauê tinha uma doença rara no coração, chamada hipoplasia. O lado esquerdo do coração dele era menor do que o direito, o que impedia que o sangue fosse bombeado para o restante do corpo. O pai, Alessandro Lima Ribeiro, conta que o problema de saúde só foi detectado no segundo dia de vida do bebê. “Minha mulher teve uma gravidez super tranquila, os exames não apontaram nada disso”, afirma. O menino, que completaria dois meses de vida na próxima semana, foi transferido no dia 6 de setembro para São Paulo.Alessandro lembra que quase 48 horas depois do parto cesáreo, realizado no dia 31 de julho, o casal se aprontava para deixar a maternidade do Hospital Português, em Salvador, quando a criança começou a apresentar sintomas de insuficiência cardíaca, ficando com o corpo roxo e falta de ar.“Minha mulher e Cauê já tinham recebido alta, inclusive, ele tinha mamado normalmente. A médica até hoje não sabe como ele encontrou forças para isso diante desse problema tão grave no coração. Quando vi ele daquele jeito, chamei os médicos e ele foi levado direto para a UTI”, relata.A cardiopediatra Zilma Verçosa, que fez o diagnóstico da doença em Cauê, explica que a hipoplasia poderia ter sido detectada através de um exame chamado ecocardiograma fetal. “A melhor maneira de se transportar uma criança nessas condições é na barriga da mãe, antes dela nascer”, explica. A especialista acrescenta que a maneira correta de tratar crianças com hipoplasia é quando elas já nascem em uma unidade especializada e passam por cirurgia nas primeiras horas de vida.Segundo o pai de Cauê, na ultrassom morfológico, exame que apontaria a necessidade do ecocardiograma fetal, não houve indicação de que a mãe teria de passar por um novo exame. Alessandro e Tâmara não sofrem de doença cardíaca.Luta para transferênciaCauê nasceu no Hospital Português, em Salvador, e assim que teve o problema detectado foi solicitada a transferência dele para o Hospital Santa Izabel, que também fica na capital baiana, e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O bebê só foi transferido para a unidade de saúde no dia 30 de agosto, mas o hospital não tem estrutura para a cirurgia.A médica que cuida do bebê conseguiu uma autorização para fazer o procedimento no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia cedeu uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. Como o plano do menino não cobre a cirurgia em outro estado, ele precisaria ter o nome incluído na Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC), e fazer o procedimento pelo SUS. No dia 1º de setembro Cauê conseguiu ter o nome incluso no CNRAC.

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