Serginho dá exemplo aos adolescentes de que é possível vencer na vida com trabalho honesto e mostra o esporte como caminho para o sucesso
As passagens pela polícia são mais numerosas do que os anos de vida. Com a infância e a adolescência marcadas por histórias de violência, 24 menores infratores tiveram nesta quinta-feira a oportunidade de assistirem a um treino da seleção brasileira de vôlei no Centro de Desenvolvimento de Saquarema. E, vendo de perto exemplos de superação através do esporte, receberam o recado de Serginho. Com a experiência de quem viu muitos amigos se perderem do mundo do crime, o líbero de origem humilde acredita: “Ainda dá tempo”.
Os adolescentes cumprem pena sócio-educativa em regime semi-aberto no Degase (Departamento Geral de Ações Socio-Educativas) e visitaram pela primeira vez um núcleo esportivo. Mesmo sem conhecer todas as regras do vôlei e, no caso da maioria, até mesmo de saber o nome dos jogadores mais famosos, o grupo aprovou a iniciativa.
- É bom ver que tem outro caminho também. Acho que para ser atleta tem que nascer com dom e, para mim, não dá. Mas pelo esporte dá para aprender muitas coisas, como disciplina, que vai te ajudar em qualquer trabalho direito que tiver – disse um dos menores, que foi detido por roubo à mão armada.
A infância pobre em Pirituba, em São Paulo, deu a Serginho uma dimensão que o permite compreender o universo desses rapazes. E justamente por ter vencido em meio a muitas influências negativas – mesmo vendo pessoas próximas seguirem o caminho mais perigoso -, o líbero quer mostrar que é possível ter sucesso na vida com suor e trabalho árduo, e que o esporte pode ser o caminho para retornar ao eixo.
- Cada um tem uma história, um mundo. Já visitei a Febem e sei que a realidade lá dentro é bem feia. A maioria cresce num lugar não muito legal, vê os “ídolos” ganharem dinheiro fácil e acaba entrando nessa. Uma oportunidade como essa (a visita) é boa para eles verem o mundo que espera por eles aqui fora, que existe sempre uma chance de se reerguer. Ainda dá tempo – disse.Os jogadores e a comissão técnica atenderam pacientemente a todos e distribuíram autógrafos. Quem mais deu atenção foi Leandro Vissotto, que mesmo após horas de treino pesado ainda permaneceu em quadra para uma brincadeira com bola.- Dedicar um pouco de tempo a eles foi um prazer. Se eu trouxe algo de bom para eles, valeu a pena. Eu com certeza saí ganhando mais do que eles – disse o oposto.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário