sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Moradores do Quilombo de Escada devem ser amparados em escolas

Estima-se que 150 barracos foram destruído pelas chamas

Os moradores da ocupação Quilombo de Escada, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, que tiveram osbarracos destruídos por um incêndio nesta quinta-feira, 8, devem ser direcionados para abrigos em escolas, pelo menos temporariamente.
Eles se reuniram com representantes da Prefeitura e Conder para decidir onde vão ficar abrigados. Segundo um dos coordenadores Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), Pedro Cardoso, os moradores vão aceitar a proposta emergencial da prefeitura de ficarem temporariamente em escolas, desde que sejam na região. Caso contrário devem ficar abrigados na casas de amigos e parentes ou mesmo nas ruas.
Quilombo de Escada: famílias desabrigadas após incêndio ainda não têm para onde ir (Erik Salles/Agência A TARDE)
A prefeitura de Salvador informou que foi organizada, hoje, pelos órgão municipais uma força-tarefa com ações emergenciais para amparar os danos causados às famílias do bairro de Escada, no Subúrbio Ferroviário.
As famílias que ficaram sem casa na quinta-feira, devido ao incêndio, passaram a noite em uma igreja da região ou na casa de conhecidos. Estima-se que cerca de 150 barracos tenham sido atingidos pelo fogo, de acordo com o Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), responsável pela ocupação.
Solução - Os moradores pedem solução para a situação da comunidade. Desde 2008, há um projeto da Conder para construção de 283 unidades habitacionais no terreno da ocupação, que existe desde 2006. A invasão é composta por 366 famílias. Depois do incêndio, quem não perdeu os imóveis está sem água e energia.
A coordenadora Movimento dos Sem Teto da Bahia, Miralva Nascimento, informou ainda que as pessoas que perderam a moradia estão assinando um documento, que será enviado para Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) ainda hoje, solicitando oficialmente a transferência das famílias para aqueles apartamentos.

De acordo com Pedro Cardoso, em reunião com Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), com a Secretária de Habitação e Meio Ambiente (Sedham) e representantes da defensoria pública ficou definido que as famílias da região teriam prioridade para obtenção das unidades habitacionais anteriormente previstas por se tratar de uma área de risco e pelas condições daqueles que perderam suas moradias.
Em resposta a isso, os moradores da região decidiram, em reunião plenária na tarde de hoje, que se o governo não agilizar as assinaturas dos contratos com a Caixa Econômica Federal para a liberação das unidades habitacionais no início da próxima semana, eles farão manifestações com intuito de pressionar uma ação concreta por parte daquele, informou Pedro Cardoso.
Força-tarefa - A prefeitura afirmou que está providenciando alimentação para os desabrigados, colchões, cestas básicas e abrigo emergencial na Escola Municipal Cristóvão Ferreira, localizada no bairro.
A Secretaria do Trabalho e Assistência Social (SETAD), Codesal, Secretaria Municipal da Educação e Cultura (Secult), Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (Sucop) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão envolvidos no auxílio emergencial aos desabrigados pelo incêndio.
“Vamos fazer o possível para amparar esses cidadãos, dando-lhes o conforto necessário para amenizar suas dores e suas perdas”, afirmou, por meio de nota, o prefeito João Henrique.
Codesal - A Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que alimentos e abrigo são as prioridades neste momento para atender os moradores da favela da Portelinha, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Segundo o órgão, o comunicado de emergência foi recebido pouco depois da zero hora de hoje e em seguida um engenheiro foi até o local, mas, devido às chamas foi impossível realizar uma vistoria. Com isso, outra engenheira retornou nesta manhã para analisar o local com mais detalhes.
A Codesal informa que continua de plantão 24 horas através do número 199, ligação gratuita.
Protesto - Na manhã desta sexta, os moradores protestaram em frente à invasão e ao Hospital João Batista Carybé, onde um homem, de prenome George, que ficou ferido no incêndio, foi internado.
"Ele já está bem, já recebeu alta. Na hora, ele ficou muito nervoso, tentou salvar os equipamentos eletrônicos que ele vende e acabou se prendendo em um fio. Ele tinha comprado o material naquele dia e perdeu tudo", conta Miralva Nascimento, coordenadora da ocupação. De acordo com ela, as crianças que se perderam dos pais durante o incidente já foram localizadas e passam bem.
Fonte: A tarde

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