Até que ponto a dedicação ao esporte é saudável e legal para meninos e meninas de todo o país?
Não é incomum ver garotos que desde muito cedo participam das categorias de base de times de futebol de todo o país. Desde jovens, os meninos são treinados para serem grandes craques. Mas, será que toda essa preparação não demanda muita responsabilidade dos adolescentes, às vezes crianças até? E quanto à escola, continua sendo prioridade? Na opinião de Ericson Kohlrausch, 16 anos, de Novo Hamburgo (RS), conciliar o esporte com os estudos é difícil. “Tem vezes que peço para meus colegas fazerem os trabalhos para mim. Eu encaro [o futebol] como um trabalho porque tenho que me preparar para estar bem e é agora [o tempo] para as oportunidades aparecerem. Meu futuro depende do hoje”, explica.
Em alguns casos, dá pra notar o papel que o esporte exerce na vida dos adolescentes e crianças. Eles e elas passam a buscar o profissionalismo e deixam de ver o esporte de maneira inclusiva e recreativa. Dayane Santos, 17 anos, que joga em um dos quatro maiores times de futebol de São Paulo, conta que a direção do clube busca saber se o aluno/atleta está frequentando a escola, mas sem se preocupar com o desempenho da criança ou adolescente. Caio Macário, 16 anos, por sua vez, diz que no time dele nem ao menos procuram saber se ele está freqüentando o colégio.
Em alguns casos, quando o atleta se torna federado (profissional), o clube oferece auxilio nas mensalidades da faculdade, ou outros tipos de auxilio. Mas, nas escolinhas, onde jogam os mais novos, a real intenção é incluí-los no esporte e não torná-lo um trabalho ou atividade que demande muito tempo.
Afinal, é assegurado por lei que todo adolescente e criança tem direito “á vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. E nenhum direito pode anular os outros, para que se possa desfrutar dessa fase de formação e primeiras experiências com o mundo.
*Integrantes do grupo de adolescentes e jovens comunicadores que produzem conteúdo para a campanha É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente por meio da mobilização promovida pela Viração Educomunicação
Fonte: Pró-Menino
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