sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Casal suspeito de sequestrar criança em Contagem (MG) ia usar vítima em golpes

Prisão preventiva dos suspeitos foi pedida pela Polícia Civil
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O objetivo do casal responsável pelo sequestro e cárcere privado da de uma menina de sete anos em Contagem, em Minas Gerais, era usar a criança para fins de estelionato. É o que aponta a conclusão das investigações feitas pela delegada Cristina Coelli, chefe da DRPD (Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida). 

O pedido de prisão preventiva de Neli Maria Neves e do marido, o policial militar reformado Jair Narcísio de Lacerda, presos há mais de uma semana, deve ser analisado nesta quarta-feira (24). 

Segundo a delegada, as investigações foram desmembradas em duas partes. A primeira é sobre a criança e outra aborda uma jovem de 24 anos, que foi encontrada morando na casa do casal, inicialmente em cárcere privado. 

Durante os depoimentos, Neli e Jair não manifestaram vontade de criar a menina de sete anos seqüestrada. A intenção deles seria usar os nomes da menina e da jovem para o recebimento de pensão e bens patrimoniais. De acordo com a delegada, se o policial reformado morresse, por exemplo, a jovem receberia pensão e benefícios concedidos pela Polícia Militar, ao contrário de Neli, que não teria nenhum direito, além de seguros de vida. 

Além disso, há suspeitas de que o casal mentiu sobre os problemas mentais que a jovem teria para se beneficiar com a pensão do INSS que ela recebe atualmente. Testemunhas contaram que, na verdade, a jovem era obrigada a tomar remédios todos os dias e era proibida de sair sozinha ou usar o telefone. A questão da saúde mental também foi questionada pelo fato de ela já ter trabalhado com carteira assinada e concluído o 2º grau. 

Ainda segundo a polícia, após a prisão dos suspeitos, a jovem foi acolhida em um abrigo e está passando por exames psicólogos que devem revelar se ela recebia medicação em excesso ou se teria deficiência mental, como alegou o casal. Já o exame de DNA deve ficar pronto em 20 dias. 

Em relação à criança, o casal registrou a menina como filha, mantendo apenas o primeiro nome. Para a delegada, o casal poderia, dessa forma, usar a criança para esconder bens declaráveis ou aplicar golpes. A delegada informou ainda que na família do casal existem pelo menos dois casos de estelionatários que também estão sob investigação. 

Acusações 
Neli Maria Neves e o policial militar reformado Jair Narcísio de Lacerda estão presos no Ceresp (Centro de Ramanejamento de Presos) Centro-Sul e no 1º Batalhão da Polícia Militar, respectivamente. Eles foram indiciados por sequestro e cárcere privado da criança, cárcere privado da jovem de 24 anos e estelionato. Se condenado, o casal pode ficar preso por até 14 anos. 
José Antônio dos Santos e Antônio Maria da Silva, irmãos de Neli, também foram indiciados por falsidade ideológica, já que eles testemunharam em cartório que a criança era filha do casal. Os dois podem pegar de um a cinco anos de prisão. 

O sequestro 
A menina foi sequestrada no dia 7 de agosto, na Feira de Artesanato de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com as investigações, 48 horas depois ela foi registrada como filha do casal em um cartório de São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana. Os irmãos de Neli foram as testemunhas. 

A criança foi mantida durante três dias na residência dos suspeitos, no bairro Fonte Grande, também em Contagem. Após divulgação do retrato falado da sequestradora, a criança foi devolvida no dia 10 deste mês, próximo à casa da verdadeira família.

Relembre o caso:

Fonte: R7

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