sábado, 27 de agosto de 2011

Cães da Polícia Militar ajudam no tratamento de crianças deficientes em abrigo de Niterói

Pacientes se desenvolvem mais com a presença dos animais, diz diretora

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Treinadas para farejar armas e drogas, as cadelas labradoras Hanna e Ranger, e a golden retriever Luna, do canil do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM), na região metropolitana do Rio de Janeiro, têm desempenhado um papel bem diferente. Elas ajudam no tratamento de crianças portadoras de múltiplas deficiências atendidas no Centro Integrado da Criança e do Adolescente Portador de Deficiência Professor Almir Madeira, localizado no bairro do Barreto, em Niterói, também na região metropolitana. Sob o comando dos policias, essas cadelinhas fazem parte de um projeto de cinoterapia (terapia com cães) desenvolvido há oito anos, sendo seis deles no centro vinculado à Fundação para a Infância e Adolescência.

De acordo com a diretora do abrigo, Maria Angélica Peixoto, os cães são facilitadores para o trabalho dos profissionais da área de saúde, que desenvolvem diversos tipos de terapias e fisioterapias com as crianças.
- A melhora deles é evidente. O trabalho é de uma importância ímpar para a vida dessas crianças. Os cães despertam a sensibilidade e afetividade das crianças, que ficam mais dispostas para as atividades, como a fisioterapia, por exemplo, que às vezes é dolorosa, mas, com o corpo mais relaxado, o resultado é melhor. Os cães facilitam a percepção delas. A satisfação das crianças é enorme, até as mais agressivas têm o humor melhorado no contato com os cães.
O projeto foi criado há oito anos pelo o capitão veterinário Sérgio Braga, responsável pelo canil do 7º BPM. Ele conta que teve a ideia de criar o tratamento quando percebeu que poderia aproveitar melhor o tempo ocioso dos cães, que fazem saídas esporádicas do batalhão.
- São cães de faro de armas, drogas e resgate, mas que só saem do batalhão quando há missão. Escolhemos os cães mais sociáveis, com temperamento acessível para interagir com crianças, idosos e deficientes, e verificamos toda a parte de saúde e controle de parasitas dos animais. Começamos no Lar Samaritano, trabalhando com idosos. Já atendemos várias instituições, trabalhamos inclusive com cegos. Atualmente, atendemos o abrigo da Fia e o Lar Samaritano. É um trabalho muito gratificante.
Os cães são sempre acompanhados desde pequenos por um policial. De acordo com eles, além do benefício para as pessoas atendidas, o trabalho é benéfico também para os PMs e para os cães. O cabo Márcio Willians se sente prestigiado.
- A gente, às vezes, tem problemas em casa ou no trabalho, mas quando chega aqui e vê essas crianças, descobre que os nossos problemas são menores. A gente se entrega e sente que o que está fazendo é benéfico. A alegria no rosto dessas crianças não tem preço. Só quem se dedica a ajudá-las sente o que essas crianças devolvem para a gente, o que nos faz encarar a vida de forma diferente. Cada um pode contribuir um pouco para uma sociedade melhor.
O Centro Integrado da Criança e do Adolescente Portador de Deficiência Professor Almir Madeira atende 33 meninos e meninas com múltiplas deficiências. É o único abrigo público do estado a atender deficientes com sonda de gastronomia. O espaço abriga crianças e adolescentes especiais em situação de vulnerabilidade social e que são encaminhados pela Justiça como medida de proteção até que as famílias se organizem para poderem recebê-las.
Fonte: R7

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