O último levantamento do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que menos de 1% dos interessados tem interesse em adotar crianças com mais de oito anos. O cadastro, que tem atualmente 27.437 interessados, mostra que 91% dos pretendentes querem adotar crianças brancas. O levantamento de 10 de fevereiro registra que 4.914 crianças e adolescentes aguardam pela adoção no Brasil As crianças pardas são aceitas por 61,2% dos interessados, 34,3% preferem adotar crianças negras. Dos cadastrados, 36,1% tem preferência por crianças amarelas e 33,2% aceitam crianças indígenas. A maioria dos interessados, 82,7%, tem interesse em adotar apenas uma criança. Os interessados em adotar duas crianças correspondem a 16,2%. Já os interessados em adotar três crianças, o percentual cai para 0,77%. O relatório mostra que 17,9% dos cadastrados querem adotar bebês com até 11 meses de vida. As crianças com até cinco anos de idade representam 9,10% do interesse dos cadastrados.
Os dados mostram também que 48,84% dos interessados em adoção residem na Região Sudeste do país. Dos cadastrados, 21.850 são casados, 2.368 são solteiros, 2.312 vivem em união estável, 508 são divorciados, 207 são viúvos e 192 são separados judicialmente. O maior grupo interessado na adoção tem entre 14 a 50 anos de idade, com 1.084 pessoas. O segundo grupo, com 8.551 pessoas, tem idade média entre 31 e 40 anos. Em seguida, estão as pessoas com mais de 61 anos, com 3.481 inscritos. A faixa entre os 51 e 60 anos correspondem a 3.304 interessados e os da faixa entre 21 e 30 anos a 1.013. A maior parte dos interessados, 6.557, tem renda entre três a cinco salários mínimos, 5.962 interessados recebem de cinco a 10 salários e 4.273 têm renda de dois a três salários mínimos. O levantamento mostra que 6.703 pretendentes têm filhos biológicos, e outros 2.568 já têm filhos adotivos.
O juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça e coordenador do CNA, Nicolau Lupianhes Neto, explica que fatores como a falta de estrutura em algumas varas da infância e juventude contribuem para a demora do processo de adoção. Ele atribuiu ao número reduzido de pessoas para nas instâncias para atender as varas de família, e que para adoção deveria haver equipes próprias. Outro fator que acredita que atrasa esse processo é exigência dos pretendentes, que muitas vezes preferem adotar meninas brancas, com até dois anos, sem moléstia e sem irmãos.
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