Em assembleia realizada no fim da tarde deste sábado (11), policiais militares decidiram encerrar a greve na Bahia, que já completava 12 dias. A desarticulação total do movimento acontece a cinco dias do início do carnaval de Salvador. O grupo que participou do encontro havia insistido na manutenção da greve mesmo após desocupação da Assembleia Legislativa e da convocação oficial do governo do estado para o retorno imediato ao trabalho. Na saída, manifestantes cantavam em coro "A PM voltou" e a maioria não quis conversar com a imprensa. Um deles disse que a "greve acabou pelo bem da sociedade". Segundo PMs, cerca de 300 pessoas participaram da reunião, entre policiais e familiares.
A decisão na noite deste sábado contou com a mediação do capitão Tadeu Fernandes, da Polícia Militar. Segundo ele, o principal argumento utilizado com os líderes do movimento foi a garantia dada pelo governo de não aplicar punições administrativas aos policiais que não retornaram ao trabalho. "Os líderes estavam querendo resolver essa questão. Eu fui apenas um mediador. Fui chamado para conversar com o comandante [coronel Alfredo Castro] e com os grevistas. Enquanto não conversasse com os líderes aqui, não teria solução", disse ao G1.
O policial militar Ivan Leite, que representava a categoria em greve, disse que a garantia de não haver punição administrativa foi fundamental. "As negociações continuam, mas ninguém estava ganhando com essa paralisação. Vamos parar por nossos irmãos baianos. Não é por causa do carnaval. Vamos fazer policiamento desde agora", declarou.
Após a assembleia, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e o secretário de Comunicação do Estado, Robson Almeida, receberam a imprensa para fazer comunicado oficial sobre a manutenção da proposta do governo com relação ao reajuste de 6,5% e o pagamento escalonado das gratificações.
Interior
Policiais militares grevistas decidiram encerrar a paralisação no final da tarde desta sexta-feira nas cidades de Itabuna, Eunápolis, Teixeira de Freitas e Porto Seguro, segundo informações da Associação dos Praças Policiais Militares do extremo sul da Bahia (Apratef). PMs de Paulo Afonso, na região norte do estado, também decidiram encerrar a paralisação. Em Ilhéus, os grevistas continuam ocupando o 2º Batalhão da Polícia Militar. A juíza da Infância e Juventude já determinou a retirada das crianças que estão no local acompanhando os pais.
Desde o dia 31 de janeiro, quando a paralisação no estado começou, o movimento se estendeu para cidades no interior do estado. Em todas as regiões, houve mudanças na rotina dos moradores, com o fechamento de escolas, universidades, fóruns e outros órgãos públicos.
Clima ameno
Nesta manhã de sábado, baianos e turistas que circularam pelas ruas da capital encontraram rotina normal nos serviços públicos e no comércio. O movimento nas praias é considerado normal. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia divulgou balanço com registro de 12 homicídios na sexta-feira (10), em Salvador e região metropolitana. Entre a madrugada e a manhã deste sábado, ocorreram dois assassinatos.
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Na assembleia realizada na noite de sexta-feira, os grevistas decidiram continuar a paralisação que completa hoje 12 dias. O governo convocou os grevistas a retornarem ao trabalho, sob pena de corte no ponto e processo administrativo. O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, declarou que, para para o comando, a greve já foi encerrada e 85% dos trabalhadores já assumiram seus postos. O governo do estadomanteve a proposta de 6,5% para os policiais.
Mesmo com parte da corporação insistindo em manter as atividades paralisadas, a rotina de moradores e turistas em Salvador volta à normalidade. O cenário nas ruas neste sábado é de movimentação intensa, comércio aberto e praias cheias, bem diferente do que ocorreu no final de semana passado. A volta ao clima de tranquilidade começou após a desocupação do prédio da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, e com aprisão dos homens apontados como líderes do movimento.
As lojas abriram normalmente na manhã deste sábado, na Avenida Sete, principal centro comercial de rua em Salvador. Viaturas da Polícia Militar e homens do Exército atuaram na segurança. No Centro Histórico, turistas circulavam tranquilamente e trabalhadores encerram os últimos reparos na estrutura do carnaval, que vai começar na quinta-feira (16). Na Liberdade, um dos bairros mais populosos de Salvador, o comércio abriu e foi mantida a grande movimentação das compras típicas dos sábados. A praia da Barra, um dos principais cartões-postais da capital, ficou lotada durante toda a manhã.
Movimento
Terminou no início da noite de sexta-feira a reunião realizada pela Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), na Bahia. Durante encontro, PMs decidiram que a greve continua. A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários, no bairro dos Aflitos, em Salvador. Cerca de 300 homens participaram da assembleia. No início da noite, representantes saíram cantando que a greve da Bahia continua.
Já o coronel Alfredo Castro disse que, para o Comando da Polícia Militar, a greve já não existe mais. "Tudo tem começo, meio e fim. Na minha ótica, o fim da greve está decretado. Existe uma pequena minoria que resiste à convocação do comando da PM", disse em entrevista coletiva.
"O que está acontecendo agora, a partir de hoje [sexta], é que o comando está tomando como ausência ao serviço e vai abrir um processo administrativo para avaliar as punições", afirmou. Entre as punições anunciadas, haverá corte nos pontos, que não terá caráter retroativo aos dias de greve. As associações envolvidas no movimento ainda se pronunciaram. Nova assembleia está marcada para o fim da tarde desta sexta-feira.
A greve da PM começou no dia 31 de janeiro, após decisão de integrantes da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra). O presidente da entidade e ex-policial militar Marco Prisco foi preso na quinta-feira (9), durante desocupação do prédio da Assembleia Legislativa da Bahia.
Carnaval
Durante entrevista na sexta-feira, o coronel da PM Alfredo Castro disse que o planejamento de segurança para o carnaval, que começa na quinta-feira (16), está preparado.
"Estamos passando por um momento de transição, o Exército fica no reforço do policiamento até essa transição acabar. O planejamento para o carnaval está mantido. Esse plano é feito sempre após o carnaval do ano anterior. Teremos o reforço de cerca de 3.200 policiais militares de cidades do interior. Serão deslocadas tropas como o Choque e unidades especializadas, como a Caatinga. O policiamento está garantido", afirmou.
Fonte: G1 BA
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