Caro amigo leitor, quem pensa que vida de Conselheiro Tutelar é fácil, precisa passar um dia pela a experiência, só assim viverá a dura e triste realidade de um agente tutelar, não estou aqui amedrontando, nem desanimando quem pretende um dia ser candidato a esse cargo público tão importante na vida de crianças e adolescentes, contudo estou abrindo os olhos de quem pensa que Conselheiro Tutelar tem vida de rei. No mês de setembro desse corrente ano o colegiado do Conselho Tutelar de Itapetinga completou dois (2) anos de serviços prestado a comunidade itapetinguense. Desde o dia 1 de setembro de 2010, que o atual colegiado começou os trabalhos com muita força de vontade e garra, é lógico que dentro das nossas limitações. O Conselho Tutelar é um órgão de encaminhamentos e aconselhamento, o que está fora das suas atribuições não é permitido fazer, pois se o agente executar algo fora das suas atribuições estará usurpando função alheia e cometendo crimes. É muito comum ouvirmos as pessoas dizendo: “esses Conselheiros não fazem nada” ou “eles não sabem trabalhar”, falar é fácil, o difícil é fazer, acordar no meio da noite com pessoas fazendo denúncias, pedindo ajuda, a polícia ligando dizendo que não encontrou os pais de um adolescente que cometeu um ato infracional e foi apreendido.
Pais que pensam que o Conselheiro é um monstro abominável, levam o filho a sede do Conselho e falam: “conselheiro dá um susto nele”, kkkkkkk, isso é o cúmulo do absurdo. O que mim deixa de queixo caído e sem entender nada, é uma mãe chegar à sede do Conselho e falar: “Conselheiro eu tenho um filho de oito (8) anos e ele não mim obedece, o que eu faço?”
É amigo, vida de Conselheiro não é fácil, quando recebe uma denúncia e vai até o local constata a veracidade dos fatos e é ligeiramente colocado pra fora, mal atendido, ou até mesmo forçado a correr, como aconteceu no final do ano 2010, quando recebi uma denúncia de uma criança vivendo em condições sub-Humanas, a mãe usuária de crack, o pai usuário de crack e assaltante, eles usavam a criança para pedi esmolas e trocava por crack, os sem noção colocavam a criança para dormi em uma gaveta, pois até o berço eles já haviam vendido para saciarem a vontade de usar a "pedra maldita", quando chegamos a casa fomos recebido a pedradas, tivemos que entrar no carro e dá no “pé”, voltamos com o reforço da polícia, a criança foi resgatada, hoje encontra-se muito bem cuidada.
Vida de Conselheiro não é fácil, quando chega o dia de receber o pagamento do salário, o cidadão vai ao banco retira o saldo e para surpresa, não tem nenhum um centavo, inclusive às vezes fica com os vencimentos atrasados até por dois (2) meses, no caso nosso aqui em Itapetinga, recebemos um (1), e o outro fica sempre atrasado. A pergunta que faço é a seguinte: E os juros dos cartões quem irá pagar? Quem irá pagar as contas de água, luz e telefone atrasadas? E o principal, como iremos comprar mantimentos?
Vida de Conselheiro não é fácil, às vezes falta telefone, carro, estrutura no ambiente de atendimento, só não falta força de vontade para trabalhar, isso é notório.
Vida de Conselheiro não é fácil, às vezes falta telefone, carro, estrutura no ambiente de atendimento, só não falta força de vontade para trabalhar, isso é notório.
Mesmo com tantos problemas que enfrentamos, eu amo ser Conselheiro Tutelar, não existe nada neste mundo que tire a minha felicidade quando vejo que os direitos de criança e adolescente foram garantidos, principalmente, após uma intervenção do Conselho Tutelar. Neste dia quero parabenizar todos os meus colegas Conselheiros Tutelares de Itapetinga: Eusébio Elias, Eliene França, Jorge Nacimento (Bigode), Márcio Gil e a todos os Conselheiros e ex-Conselheiros do Brasil. Tenho fé que dias melhores virão. Por: Clébio Lemos
Parabéns pelo texto, o importante é cumprir nosso dever com: respeito, dignidade, amor e responsabilidade, em tempos difíceis para crianças e adolescentes que tem seus direitos violados a todo momento. Bom seria se aos Conselheiros Tutelares fossem dado maior valorização ao invés de críticas sem fundamentos das quais somos vítimas constantemente.
ResponderExcluirEusébio Elias Sampaio