sexta-feira, 15 de julho de 2011

Prisão de babá foi decretada antes de empregada que disse ver agressão ser ouvida



A precipitação do delegado Fábio Corsino, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), em pedir a prisão temporária da babá Leila Vanelli Ferreira por tortura não se limitou à análise de imagens que, segundo especialistas ouvidos pelo EXTRA, não indicam a existência do crime. Além disso, não foi feito exame de corpo de delito, assim como não houve uma avaliação psicológica para identificar sinais de agressão na criança de 2 anos, filha de um juiz morador da Barra da Tijuca, que teria sido maltratada por Leila.


Mais: a principal testemunha do crime, uma empregada que também trabalhava na casa da família, só foi ouvida na noite desta quinta-feira, seis dias após a prisão ser decretada pelo juiz Rodrigo José Meano Brito, da 43 Vara Criminal da capital. Na decisão, o magistrado afirmou que "a ordem pública se encontra em risco com a liberdade da indiciada". Leila foi presa anteontem por agentes da DCAV.
Para o advogado Paulo Ramalho, o exame de corpo de delito e avaliação psicológica da criança eram o mínimo que se podia fazer.
— Era obrigatório. Houve uma precipitação total desse delegado — opinou.
Delegado volta atrás
O criminalista Georges Akra concorda com Ramalho, e acrescenta que o pedido de prisão foi baseado em "pouquíssimas informações".
— O que o delegado tem é muito pouco. Faltam dados e testemunhas — afirma.
Ontem de manhã, em entrevista ao programa de Roberto Canázio, da Rádio Globo, o delegado Fábio Corsino voltou atrás, e negou que tenha indiciado a babá por tortura com base apenas nas imagens, como informara na terça-feira à imprensa.
Ele afirmou ter ainda o depoimento dos pais da criança e o relato informal da empregada que trabalhava com Leila, além da confissão da própria:
— As imagens servem para confirmar os depoimentos.
O advogado da babá, porém, nega que ela tenha admitido torturar a criança. Norbert Maximilian — que não acompanhou o depoimento de Leila na delegacia por decisão própria — explicou que ele mesmo a instruiu a confessar ter exagerado no tratamento dado à criança. Maximilian pediu, ontem à noite, um habeas corpus para a babá.
Fonte: EXTRA

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