sábado, 11 de agosto de 2012

'Não abandonei eles, amo minha filha', diz mãe que sumiu de casa por 7 dias


Mulher voltou para casa em Salvador, na sexta-feira. 
Catador cuidou sozinho da filha do casal de sete meses por uma semana.
A mulher que ficou uma semana desaparecida de casa, em Salvador, disse neste sábado (11) que deixou o marido, o catador Antônio Santana, e a filha do casal, Stefany, porque não tinha como manter a casa. "Não abandonei eles, eu amo minha filha. Saí de casa porque não tinha como manter, pagar aluguel, dar as coisas para ela. Então, me revoltei e saí", diz Tatiane Menezes, de 21 anos. Ela deixou a casa onde mora com a filha e o marido no dia 2 de agosto, quando foi colocar uma carta nos Correios, e só voltou depois de ser localizada por um vizinho que chamou a polícia e a levou para casa na sexta-feira (10). Segundo a polícia, Tatiane estava em uma casa na localidade de Baixa da Paz, no bairro de Sussuarana, o mesmo em que mora com a família.
Durante os dias em que Tatiane esteve fora de casa, o companheiro dela, Antônio Santana, 46 anos, precisou cuidar da filha de sete meses sozinho. Ele fez um apelo no quadro desaparecidos, do jornal Bahia Meio Dia, da TV Bahia, para que a mulher voltasse para casa. Muitas pessoas se comoveram com a história do catador de materiais recicláveis e fez diversas doações a ele. Até uma proposta de emprego ele recebeu. A mulher dele diz que agora que voltou para casa está feliz e agradeceu pelas doações feitas ao marido e à filha. "Eu peço muito obrigada mais uma vez a todo mundo que doou", afirma.
Família de catador de materiais ganhou fogão na Bahia (Foto: Reprodução TV Bahia)Família do catador de materiais ganhou fogão
neste sábado (Foto: Reprodução TV Bahia)
Doações
A família da pequena Stefany não para de receber doações. Neste sábado (11), eles ganharam um fogão, mais fraldas, mantimentos. Os donativos chegaram de várias partes do Brasil e até de fora do país. Foi com o dinheiro de doações que o catador de materiais Antônio Santana pagou o aluguel da casa onde mora com a família, no valor de R$ 160. O imóvel, que tem apenas dois cômodos, parece ter ficado menor com o volume das doações. A família mora no local há um ano e cinco meses, quando chegou de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, para tentar uma vida melhor na capital. Antônio conta que não conseguiu emprego e passou a trabalhar como catador, obtendo uma renda de R$ 20 a R$ 30 por dia.
Proposta de emprego
Na quinta-feira (9), o catador de materiais recicláveis recebeu a visita de representantes de uma empresa de serviços elétricos, que ofereceram oportunidade de emprego com carteira assinada. Com o retorno da mulher para casa, Antônio disse que não vai perder a oportunidade de trabalhar para dar uma vida melhor à família. Antes de começar no emprego, Antônio Santana terá que conseguir seus documentos de identificação novamente. Ele disse que perdeu tudo há mais de dois anos, quando ainda morava em Santo Antônio de Jesus.
Fonte: G1 BA

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