Dois bebês foram encontrados abandonados em um barraco da Favela do Cigano, em Santo André, no ABC, na madrugada desta quarta-feira (4). De acordo com a Polícia Militar, uma das crianças aparentava ter apenas seis meses e a outra, um ano e meio de idade. Os dois são meninos. A PM chegou ao local, na altura do número 5.000 da Avenida dos Estados, por volta das 2h após uma denúncia anônima. Conforme relato dos policiais que atenderam a ocorrência, os bebês estavam com fome, sujos e apresentavam assaduras. Eles foram levados ao Conselho Tutelar da cidade. No Conselho, os bebês foram alimentados e, na sequência, levados a um pronto-socorro, onde foram avaliados por um pediatra. O médico constatou que ambos estavam saudáveis. O mais velho, porém, apresentava marcas pelo corpo que indicam maus-tratos. Por conta disto, ele e o irmão passarão por um exame de corpo delito ainda na tarde desta quarta-feira, no Instituto Médico Legal.
A conselheira tutelar Tânia Cristina de Brito Rossi acredita que os meninos sejam irmãos. "Ainda não temos a confirmação de um adulto ou de um exame, mas eles são muito parecidos. Um é a cara do outro", disse. Segundo ela, era "notório, pelo cheiro e pela própria roupa, que as crianças estavam sem tomar banho havia alguns dias".
Tânia afirmou que vai à Favela do Cigano para conversar com moradores da região na tentativa de levantar informações a respeito do paradeiro da mãe. A conselheira disse que estranhou o fato de, no barraco onde os bebês estavam, não ter sido encontrado nenhum tipo de brinquedo ou objeto que normalmente são vistos em casas onde há crianças. "Queremos descobrir quem é a mãe, onde ela está e como era a rotina dela. A gente não sabe se eles moravam lá ou se aconteceu alguma coisa com ela. É estranho não ter nada de criança no local", completou a conselheira.
De acordo com o 3º Conselho Tutelar de Santo André, em um primeiro momento, os bebês não serão devolvidos aos pais, quando localizados, por conta da gravidade do caso de abandono. O caso deve ser levado ao Ministério Público e apresentado ao Juizado da Infância e Juventude, que avaliará as condições e se é possível entregar as crianças à família.
Fonte: G1 SP
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