Homem relata humilhação ao ser algemado em local de trabalho.
Polícia Militar afirma que homem se exaltou e agrediu um oficial.
O que era para ser um procedimento comum na rotina de um conselheiro tutelar terminou com o funcionário saindo algemado do local de trabalho. Tudo aconteceu porque ele queria manter no abrigo uma criança que estava sendo agredida pelo pai. Revoltado com a situação, o pai chamou a polícia, que conduziu o conselheiro tutelar à delegacia. A delegada liberou o conselheiro e prendeu o pai da criança. Segundo o conselheiro Márcio Barbosa, os pais de uma criança de 12 anos estavam no Conselho Tutelar da Zona Noroeste deSantos, no litoral de São Paulo, quando a menina pediu para conversar a sós com ele. “Ela me confidenciou que não queria voltar para casa, porque o pai havia agredido ela e usava drogas. Então, eu pedi que ela aguardasse na sala, onde era mais seguro, e avisei o pai que a criança deveria ser encaminhada ao abrigo”, diz.
Barbosa conta que o pai ficou inconformado e chamou a polícia. “Os pais têm o direito de chamar a Polícia Militar, porém, os policias chegaram ao meu local de trabalho perguntando pela criança e que iriam levá-la à Diju, mas essa delegacia é para menor infrator. Quando a criança é vítima deve-se levar à Delegacia de Defesa da Mulher. Eles não me ouviram, me algemaram e me tiraram do meu local de trabalho algemado. Foi humilhante”, relata Marcio.
Ainda de acordo com o conselheiro tutelar, os policias não questionaram o pai da criança e, após passarem pela Delegacia da Infância e da Juventude, foram para a Delegacia da Mulher. “A delegada achou um absurdo eu ter sido algemado, pois eu estava exercendo a minha função de proteger uma criança. Após ter sido liberado, a delegada decretou a prisão ao pai da criança, pois ele era foragido da Justiça”, conta. A criança de 12 anos, filha do homem que foi preso, foi encaminhada para um um abrigo temporário.
Em nota enviada ao G1, a Polícia Militar informa que foi acionada pelo telefone 190 para atender a ocorrência de desinteligência na sede do Conselho Tutelar da Zona Noroeste. No local, os policiais militares foram impedidos de entrar por uma pessoa que se intitulava conselheiro. O Oficial de serviço foi chamado e solicitou a identificação dessa pessoa, que se recusou a identificar-se, e na insistência do oficial para identificá-lo, se exaltou, deu um tapa no braço do oficial, empurrou-o e disse que, se quisessem, que o levassem preso.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, diante do cometimento dos crimes de desacato e da agressão, o oficial o conduziu à delegacia para as providências de polícia judiciária comum. A nota destaca ainda que este fato refere-se apenas à atitude do conselheiro na recusa de identificação e no desacato à autoridade, e nada tem a ver com a ocorrência envolvendo a adolescente.
Fonte: G1 SP
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