O Rio de Janeiro é a capital brasileira que mais reduziu a vulnerabilidade juvenil à violência, enquanto São Paulo é capital de Estado do País onde os jovens são, proporcionalmente, menos vulneráveis à violência. Os dados constam do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-Violência) apurado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em sentido inverso a São Paulo, dos dez municípios com os maiores IVJ-Violência, cinco estão na Bahia. A capital com maior IVJ – Violência é Maceió, que ocupa a 12ª posição. O índice considerou as taxas de violência a que os jovens de 12 a 29 anos de idade estão expostos: homicídios e mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas; e o acesso ao mercado de trabalho. Nesta edição, é feita uma comparação entre os anos de 2007 e 2010, para as 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes em 2010.
“Consideramos que, nacionalmente, houve uma importante melhora do IVJ-Violência, possivelmente como resultado das políticas de maior proteção e inserção social dos jovens”, avalia Samira Bueno, secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e responsável técnica pelo IVJ-Violência. “Há muito espaço, ainda, para evoluirmos na redução da exposição dos jovens à violência. Esperamos que os bons resultados colhidos por São Paulo e Rio de Janeiro também motivem outros Estados a avançar na agenda de redução de vulnerabilidade juvenil”, acrescenta Renato Sérgio de Lima, conselheiro do FBSP e supervisor técnico do indicador.
O IVJ-Violência é medido em uma escala que varia de 0 (melhor resultado possível) a 1 (pior resultado possível) e classifica em primeiro lugar as cidades mais vulneráveis à violência. Funciona, portanto, como um “ranking inverso”, no qual a pontuação mais elevada representa maior vulnerabilidade do município. Ele foi desenvolvido a partir do Índice de Vulnerabilidade Juvenil, da Fundação Seade, de São Paulo, e incorpora em sua dimensão que mede homicídios e acidentes de trânsito a metodologia do Índice de Homicídios de Adolescentes, criada pelo Laboratório de Análise da Violência da UERJ.
Em 2007, a cidade do Rio de Janeiro era a quinta capital do ranking nacional onde os jovens eram mais vulneráveis à violência. A melhoria de indicadores como taxas de homicídio, pobreza e desigualdade socioeconômica conduziram a cidade a se tornar a quarta capital menos vulnerável, apresentando a maior evolução no ranking nacional considerando todas as capitais. Considerando todas as cidades, o Rio avançou 153 colocações, ocupando agora a posição 193 e marcando 0,471 ponto.
Outras seis capitais perderam colocações no ranking: Palmas (102° cidade mais vulnerável), Rio Branco (97°), Cuiabá (75°), Macapá (56°), Porto Alegre (53º) e Maceió (12°).
Mais vulnerável
Maceió é a capital brasileira mais vulnerável à violência. De acordo com o IVJ-Violência, Maceió é a 12° cidade brasileira mais vulnerável à violência, com 0,419 pontos, sendo o indicador de mortalidade por homicídios o principal determinante para este resultado. Entre os 11 municípios mais vulneráveis que Maceió, seis são baianos: Simões Filho (11°), Teixeira de Freitas (9°), Lauro de Freitas (8°), Paulo Afonso (7°), Porto Seguro (4°) e o município mais vulnerável à violência no País, Eunápolis. Completam os 10 primeiros lugares do ranking: Marabá (2°), no Pará, Arapiraca (3°), em Alagoas, Santa Rita (5°), na Paraíba, Alvorada (6°), no Rio grande do Sul, e Luziânia, em Goiás.
No ranking geral, Macaé, no Rio de Janeiro, foi a cidade que mais reduziu sua vulnerabilidade à violência juvenil. Em 2007, a cidade era a sétima mais vulnerável e agora, ocupa a 185° colocação e seu IVJ-Violência avançou de 0,571 para 0,252 pontos. No outro extremo da tabela, Águas Lindas de Goiás (GO) viu seu IVJ-Violência sair de 0,237 para 0,363, perdendo 224 posições no ranking e se classificando como 38° cidade mais vulnerável à violência juvenil do Brasil.
De modo geral, a maior parte das cidades avaliadas reduziu sua vulnerabilidade à violência entre 2007 e 2010. Entre os 283 municípios avaliados, apenas 13 se tornaram mais vulneráveis: Águas Lindas de Goiás; Araucária (33°), no Paraná; Porto Seguro; Bento Gonçalves (92°), no Rio Grande do Sul; Paulo Afonso; Alvorada; Itapipoca (19°), no Ceará; Parintins (104°), no Amazonas; Guarapuava (60°), no Paraná; Abaetetuba (31°), no Pará; Nossa Senhora do Socorro (99°), em Sergipe; Araras (164°), em São Paulo; e Pinhais (30°), no Paraná.
Sobre o IVJ-Violência
O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência é apurado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) a pedido da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça (MJ), por meio de Termo de Parceria que visa produzir subsídios à Política Nacional de Segurança Pública. O indicador baseia-se nos dados consolidados pelo último Censo Demográfico, realizado em 2010, e retrata questões que influenciam a vida de jovens de 12 a 29 anos de idade.
(Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública)
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