domingo, 9 de setembro de 2012

CPI da Exploração Sexual pode ser prorrogada por 60 dias

Presidente da comissão defende convocação de presidente da CBF e afirma que parlamentares estão sendo pressionados a não dar quórum nas reuniões.
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes poderá ter seu prazo final prorrogado até dezembro. A data prevista para o encerramento dos trabalhos é 13 de outubro, mas o deputado Luiz Couto (PT-PB) vai pedir o adiamento por 60 dias porque, segundo ele, há necessidade de mais tempo para realizar depoimentos e diligências. "Tivemos 45 audiências e 64 pessoas foram ouvidas. Faltam ainda muitos requerimentos (de depoimentos) que foram aprovados, mas não estamos tendo a oportunidade, nesse esforço concentrado, de ter essas pessoas aqui", afirmou.  
Uma das pendências é a votação do pedido de convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e do diretor de Seleções da entidade, André Sanchez. O requerimento foi apresentado pela presidente da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF). A parlamentar afirma que a presença dos dirigentes é importante para o esclarecimento de denúncias, publicadas na imprensa, sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em escolinhas de futebol e nas categorias de base de grandes times. Segundo a deputada, as denúncias atribuem o silêncio das vítimas às pressões exercidas pelos clubes sobre os atletas e suas famílias, com ameaças de expulsão.  
Para Erika Kokay, a falta de quórum registrada nas últimas reuniões, que impede a votação do requerimento, pode estar relacionada à pressão da CBF junto aos integrantes da CPI. "Não temos nenhuma intenção de constranger o presidente da CBF ou coisa que o valha. O que estamos vendo é que há um movimento de não dar quórum na CPI, que a gente percebe desde a última reunião convocada”, diz. “Esperamos que não seja isso, mas tememos que seja a resposta de alguns parlamentares a uma pressão inequívoca da CBF. Tem uma pressão para que ele não seja convocado. E eu quero saber o que teme o presidente da CBF", completa a presidente da CPI. Kokay afirma pretende discutir uma parceria da CPI com a CBF na proteção dos direitos da criança e do adolescente, para evitar casos de abusos.  
Reportagem - Idhelene Macedo/Rádio Câmara
Edição – Daniella Cronemberger  
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