sábado, 15 de março de 2014

EDUCAR SEM PALMADAS


Mesmo diante da gama de informações disponíveis, os pais do novo século ainda encontram dificuldade na missão de educar. Para modificar essa realidade, é necessário que todos os envolvidos na educação busquem formas de amenizar os problemas decorrentes da atual dinâmica familiar, encontrando o equilíbrio entre a imposição de limites e a superproteção. É preciso perceber que para haver cobranças nas relações interpessoais é necessário que haja doação. Ou seja, um pai, mãe e/ou responsável quando exigem um comportamento “adequado” de uma criança, devem ter cumplicidade e respeito para com ela. Mais do que nunca, precisamos difundir a capacidade de diálogo e de negociação pacífica, e isso começa em casa. É certo que o mundo precisa de amor; isso é urgente! Mas, o que tem ocorrido é que os pais têm andado cada vez mais ocupados para cumprir as demandas da vida moderna e não conseguem organizar o seu tempo de maneira satisfatória na relação com seus filhos. Pois, toda criança requer atenção e cuidado. Isso não significa que os mesmos devem largar suas atividades profissionais para estarem integralmente com seus filhos. Tudo é questão de bom senso, e neste caso o que importa é qualidade do tempo que a família tem e não a quantidade de horas que passam juntos. O amor com firmeza é a melhor maneira de manter a criança saudável emocionalmente e com inteira capacidade de tornar-se um ser de total autonomia. Portanto, se a relação com essas crianças for desde a sua tenra infância conduzida por um cuidador que acompanhe o desenvolvimento da sua criança buscando se informar mais e instruir-se, dificilmente terá que se utilizar das “polêmicas palmadas”, que aliás são, sem dúvida, uma maneira de demonstrar para os pequeninos que já não se sabe o que fazer e aí então os pais perdem o controle do limite. E como as crianças aprendem muito mais pelo que elas podem ver, não se obtêm um resultado muito produtivo, pois, inocentemente, essa criança vai imitá-los e esse ato além de antieducativo, pode torna-se até perigoso.

Por Daniela Miranda
Daniela Miranda é psicologa da Sonnar (artigo publicado no site da organização em abril de 2011)

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