Uma multidão comovida acompanhou, na manhã deste domingo, o sepultamento dos conselheiros tutelares Lindenberg Vasconcelos, Carmem Lúcia e Daniel Farias e da idosa Ana Rita Venâncio, assassinados em uma chacina no município de Poção, no Agreste de Pernambuco, distante 240km do Recife. O governador Paulo Câmara, os secretários de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Isaltino Nascimento, além de representantes de todos os Conselhos Tutelares do estado estiveram presentes e acompanharam, desde a missa de corpos presentes, celebrada às 8h, até a conclusão dos sepultamentos, por volta das 10h30, no cemitério da cidade.
"Minha ida a Poção foi para prestar solidariedade às famílias e garantir a todos que não faltará do estado a determinação para que a Justiça prevaleça e que servidores públicos tenham condições de exercer suas funções de maneira segura", afirmou Câmara. "Estamos de luto. Somos uma família, temos uma ligação grande", disse Maria do Socorro Faustino, conselheira tutelar de Arcoverde, no Sertão. Além da tristreza, o clima entre a categoria é de medo, diante da brutalidade que vitimou os colegas, que, muitas vezes, intermediam relações violentas e conflituosas entre famílias. Na próxima quinta-feira, em um ato na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a classe pretende lembrar as vítimas, discutir as reivindicações e elaborar um documento para cobrar melhores condições de trabalho.
A ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, emitiu nota oficial lamentando a tragédia. "Os conselheiros tutelares são defensores dos Direitos Humanos. Aos familiares, a ministra presta os mais sinceros sentimentos de pesar. A ministra solicita uma força tarefa das autoridades competentes no esclarecimento do caso", disse trecho encaminhado pela assessoria.
A disputa entre famílias pela guarda de uma menina de dois anos é a principal linha de investigação da Polícia Civil para esclarecer a chacina ocorrida na noite de sexta-feira, no município de Poção, Depoimentos apontam que ameaças da avó paterna, que é oficial de Justiça, e do pai da criança aos avôs maternos eram constantes. A suspeita de que a avó paterna, cujo nome está sendo mantido em sigilo, seja a mandante de crime ganhou mais força porque ela também responde a processo criminal por supostamente envenenar e matar a ex-nora e mãe da menina, Jucy Venâncio, 23, em 2013.
O crime aconteceu em uma estrada de acesso ao Sítio Cafundó. As vítimas estavam dentro do carro quando foram mortas a tiros. Elas voltavam de Arcoverde, no Sertão, onde pegaram a criança, que vivia com o pai e avó paterna. Nos fins de semana, quinzenalmente, a menina ficava com os avós por parte da mãe. Segundo a PM, logo após a chacina, nem o pai nem a avó foram mais encontrados. Em setembro de 2014, uma briga entre a oficial de Justiça e o avô materno da criança gerou um boletim de ocorrência. Agressões foram registradas dentro de uma unidade de saúde particular.
FONTE:http://garantiadedireitos.blogspot.com.br/2015/02/uma-oficial-de-justica-teria.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário