domingo, 21 de outubro de 2012

Juiz nega irregularidade e acusa pais de abandono

 
Em entrevista exclusiva A TARDE, o juiz Vítor Bizerra, ex-titular da comarca de Monte Santo, que concedeu a retirada dos cinco filhos de Silvânia da Silva e Gerôncio Souza, defendeu-se de ter cometido irregularidades no processo. A guarda provisória foi concedida a casais residentes em São Paulo. O juiz acusa a mãe das crianças de abandono, uso de entorpecentes, trabalhar como profissional do sexo e usar os filhos como moeda de troca para consegui benefícios federais. Já o pai de ter sido preso sob acusação de “delitos sexuais”. Bizerra contou ter tomado conhecimento do fato por meio do Conselho Tutelar, em março de 2011, que denunciou a existência de cinco crianças abandonadas pelos pais, Silvânia da Silva e Gerôncio Souza, e que já os teria advertido seguidamente e sem sucesso. O caso teve repercussão nacional após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgarem nota pedindo aos órgãos estaduais a apuração das denúncias feitas pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca), há uma semana. 
A advogada do Cedeca, Isabella da Costa Pinto, reagiu às acusações contra os pais das crianças. “O risco iminente ao qual o juiz se refere é o fato de uma criança de dois meses tomar leite de vaca e os outros filhos maiores brincarem descalços em uma rua urbana sem pavimentação. Ou seja, as crianças foram retiradas dos pais porque são pobres, o que é motivo vetado pela legislação”, reclama. 
A advogada nega que o pai das crianças tenha envolvimento com delitos sexuais e a mãe seja viciada em drogas ou prostituta. “Ele foi preso porque trocou um jegue poruma arma enferrujada. Gerôncio pretendia trocar a arma por saco de cimento”. Segundo ela, uma das famílias paulistas sequer possui cadastro no sistema de adoção. Acrescenta que o juiz e o Ministério Público jamais notificaram os familiares sobre o processo de adoção. “Eles não procuraram saber quem eram as famílias”.

ATarde

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